Vitor Sampaio

Um registro histórico de como foi esse período em que pude focar 100% em algo meu sem precisar me preocupar em pagar as contas.

Primeira semana

Os primeiros dias foram meio que normais, quase como um fim de semana em que faço uma pausa, mas vou voltar a trabalhar em breve. Tirei um tempo para encontrar alguns amigos, resolver pendências pessoais e desligar um pouco do computador.

Isso me ajudou a relaxar e entrar mais no clima de férias. Foi bom — eu realmente precisava dessa pausa para quebrar um pouco a rotina que vinha vivendo.

Segunda semana

Já na segunda semana, como o foco das férias era trabalhar nos projetos pessoais — especialmente meu site e o conceito de jardim digital — foquei em pesquisas sobre o assunto. Revisitei as notas iniciais que tinham dado vida ao segundo cérebro, reli muitos artigos, encontrei informações novas (pessoas, serviços e conceitos). Foi uma semana extremamente interessante.

Acho que me perdi um pouco e acabei “enfiando o pé na jaca”. Entreguei-me demais ao momento: passei a viver essa pesquisa dia após dia, parei de treinar, de correr, de sair do apartamento (kkk), comecei a me alimentar mal e passei muitas horas seguidas focado em uma montanha de links e informações que ainda não consegui processar totalmente.

Nasceu muita coisa importante dessa semana — sentimentos, ideias. Foi uma espécie de realização desequilibrada: pude focar 100% no meu trabalho e, como era por pouco tempo, acho que perdi um pouco a mão e exagerei, de um jeito que certamente modificou a minha experiência e a absorção do conteúdo.

Tem vários termos legais que eu aprendi e nos quais me aprofundei; quase todos estão listados no post-marco sobre organização do conhecimento. Um que foi totalmente novo, descoberto nessa semana de pesquisa, foi o Hacking Cultural, através da empresa Target Teal.

Terceira semana — estudo de IA

Iniciei a semana fazendo alguns testes com IA. Pensei em usar o ChatGPT para consolidar as pesquisas da segunda semana — sobre jardim digital, segundo cérebro, aprender em público, gestão do conhecimento e temas afins.

Acredito que uma das melhores formas de usar um LLM é como auxílio para fazer ou aprender algo, principalmente quando a ferramenta potencializa o aprendizado e não simplesmente o substitui. Foram muitas interações, e foi uma ótima ferramenta para me ajudar a consolidar o conteúdo que eu já havia estudado — lendo sobre os assuntos a partir de outro ponto de vista apresentado pelo GPT e acessando conteúdos novos. Por já ter estudado o tema, eu tinha uma boa noção da veracidade do que era apresentado, e achei interessante que, em algumas pesquisas, ele usou links que eu também tinha lido.

Terceira semana — textos publicados

Depois de alguns dias lendo muito e pesquisando, pensei em dar vazão a parte das informações escrevendo alguns textos para o blog. Comecei diretamente por jardins digitais; não saiu como eu esperava. Havia informação demais para um único texto, então fui escrevendo e pensando numa forma de registrar tudo o que eu gostaria, mas de um jeito simples.

Conectando algumas referências, cheguei ao conceito de Marco Digital: um texto que é o fio condutor de uma ideia e pode se expandir em textos mais detalhados.

Como ponto de partida, criei o formato de publicação Changelog — um texto com atualizações sobre meus projetos e textos, publicado periodicamente. Fiz o primeiro para contextualizar o momento em que eu estava e segui com os outros textos.

Nessa semana consegui postar três textos no blog, expondo meu progresso e meu aprendizado:

Quarta semana

Depois de muita pesquisa, alguns textos publicados e rascunhos que ainda serão ajustados e publicados, precisei fazer ajustes no site para refletir melhor a ideia de jardim digital.

Nesse período, eu vinha incentivando amigos próximos (que também são programadores) a criarem seus sites pessoais e blogs. Também pensei que seria legal ter um projeto open source como base de blog simples usando o Notion como CMS.

Aproveitei que eu precisava refazer a integração do Notion com meu site — a primeira havia sido feita quando a API ainda estava em beta e agora já estava na v4 — e criei o projeto Blog Notion CMS. Não consegui finalizar tudo, mas implementei um wrapper simples do SDK do Notion para criar blogs, que já foi utilizado em quatro sites por enquanto: o meu pessoal, o do próprio Blog Notion CMS, o do meu irmão (Thomas Sampaio) e o de um amigo (Victor Machado - Vug).

Também transformei bastante meu Notion, com base no que fui lendo sobre gestão do conhecimento e na minha experiência prática organizando o meu ambiente digital.

Criei um espaço para ser o meu Jardim Digital no meu workspace do Notion.

Todas essas informações serão populadas aos poucos no meu site pessoal, sincronizando os conteúdos dessa seção do Notion como conteúdos públicos. É a prática de aprendizado em público e, consequentemente, de construção em público.

Ainda preciso finalizar algumas mudanças no site para refletir todos esses recursos; isso deve acontecer ao longo dos próximos meses, até o fim do ano.

Fim das férias

Eu poderia ter usado as férias para não fazer nada, viajar, descansar. Para ser sincero, não sei se lidaria muito bem com isso. Foi a primeira vez em muito tempo que pude me dedicar tanto a um projeto em que acredito. Essa ideia de aprender em público e escrever um blog tem me ajudado a evoluir na forma como aprendo e absorvo conteúdo — além de ser uma arma contra o perfeccionismo.

Em um mês, consegui fazer diversas coisas: