27 de setembro de 2025

Sobre o conceito de Jardim Digital (Digital Garden)

Um resumo/explicação, com algumas referencias, do termo citado

jardim-digital

Era dia 23 de Novembro de 2023, estava em call com meu amigo Fabio Bessa, buscando por referencias de portfólios na internet enquanto desenhava a nova versão do meu site pessoal, ele me enviou o link de um portfólio e nesse site eu me deparei pela primeira vez com o conceito de Digital Garden, passei horas lendo sobre e de certa forma internalizei aquilo.

Escrevi um texto de Marco Digital que apresenta de maneira mais completa um pedaço da minha jornada envolvendo esses temas de aprendizado em publico, gestão do conhecimento e outros que surgiram através das minhas pesquisas sobre jardins digitais – Marco: Gestão do conhecimento e aprendizado.

Basicamente, o conceito Digital Garden (Jardim Digital) é um lugar para você plantar as suas ideias, registrar coisas que aprecia, desenvolver as ideias de uma forma continua, orgânica e não linear, é uma coleção de ideias livres e em evolução. Geralmente as pessoas fazem seus jardins digitais públicos e compartilham o progresso de seus trabalhos e ideias, mas como é um conceito, pode ser algo privado também, como um museu particular com tudo que você achar interessante registrar.

Uma das principais características dos jardins, é a ideia dos textos serem interligados se referenciando, criando uma navegação não linear, permitindo a exploração do espaço de uma maneira intuitiva (tipo o que fiz linkando outros textos do meu jardim nos parágrafos anteriores), permitindo assim com que o leitor se depare com assuntos novos conforme segue a curiosidade de navegar pelos links dos textos.

Diferente de um blog que geralmente se posta um conteúdo como um produto finalizado, em um jardim digital você cultiva o conteúdo (jardinagem digital), que pode evoluir e mudar com o tempo, como algo orgânico que se transforma. Seria como uma evolução do conceito de blog e algo muito mais rico e profundo que uma rede social como o Instagram ou TikTok e muito mais próximo do que a internet foi pensada pra ser.

Salvei um trecho de um texto que li que tem uma ótima definição: Jardinagem digital não se trata de ferramentas específicas – não é um plugin do Wordpress, um tema do Gastby ou um template do Jekyll. É uma maneira diferente de pensar sobre nosso comportamento online em relação à informação – uma maneira que acumula conhecimento pessoal ao longo do tempo em um espaço explorável.

Vou deixar aqui uma leitura adicional de uma das primeiras postagens que li sobre o tema, do site do Joel Hooks - Meu blog é um jardim digital, não um blog.

A historia do Jardim Digital

Em Uma breve história e filosofia do jardim digital, uma filosofia recentemente revivida para publicar conhecimento pessoal na web, Maggie Appleton traz uma pesquisa completa com basicamente todo conteúdo necessário para se aprofundar na historia dos jardins, é o melhor e mais completo texto que li sobre o assunto, vou resumir alguns pontos mas não deixe de ler o conteúdo na integra.

O conceito surge baseado nas ideias de hiperlinks que são o fundamento da web, a ideia de paginas conectadas por links formando uma teia enorme que muitas vezes fazem com que nós percamos ao tentar segui-las, é citado um artigo muito interessante que explica como esse fenômeno acontece com o Twitter e as threads que vale a pena ler A disseminação do threading.

Maggie fez uma pesquisa minuciosa rastreando a origem do termo e cita dois marcos importantes como a base que consolida a ideia de jardim digital. O primeiro é o Hypertext Gardens de Mark Bernstein’s, que remete ao inicio da web em 1998 e as navegações por links. E o segundo é uma apresentação em vídeo de 2015 do Mike Caufield que posteriormente virou um artigo O Jardim e o Riacho: Uma Tecnopastoral, ela cita Caufield como o provável pai do conceito digital garden por ter feito a primeira definição de como conhecemos o termo atualmente.

O principal argumento de Caufield gira em torno da maneira como somos arrastamos por fluxos de informações superficiais e passeiras que foram evoluindo com o passar do tempo, inicialmente com a caixa de entrada de e-mails e posteriormente com a disseminação em massa das redes sociais e de conteúdos descartáveis que somem em um período de tempo.

Esses fluxos não foram projetados para acumular conhecimento, conectar informações e as amadurecer com o tempo. O jardim seria o contrapeso, apresentando informações em uma paisagem (notas) ricamente interligadas que crescem e se expandem ao longo do tempo, permitindo a exploração desses conteúdos que estão interligados criando espaços contextuais de conhecimento, até mesmo remetendo os primórdios da internet, a ideia de um lugar para compartilhar conhecimento.

Tom Critchlow aparece na linha do tempo de Maggie, em 2018, dando força para o conceito e movimento, com seu artigo: De fluxos digitais, fogueiras e jardins - Construindo ambientes de aprendizagem pessoais em diferentes horizontes temporais de consumo de informação.

Entre esses e mais alguns pontos que você pode conferir no conteúdo original, criaram um solo fértil para que a pratica do conceito se espalhasse por uma parte da web, inicialmente sendo adotada mais por programadores, mas acabou se expandindo entre pesquisadores e o publico geral, principalmente com ferramentas como o Notion, Obsidian e algumas outras que ajudam pessoas que não possuem conhecimento técnico a criarem seus jardins digitais usando ferramentas que dão essa possibilidade.

[TRABALHO EM ANDAMENTO]

Todas as sessões daqui pra frente ainda estão sendo desenvolvidas, algumas linhas são só ideias soltas, com o tempo eu vou cultivando essa nota, assim como a filosofia do jardim digital.

Aprendizado em publico

Falar sobre o artigo daquele cara.

Falar sobre como a Maggie organiza os posts dela, em ensaios, mudas, plantas e tals.

No mundo dos blogs de performance, você pensa e pesquisa em particular e, no último momento, deixa tudo para lá. Um grande floreio que esconde o processo.

No mundo dos jardins, esse processo de pesquisa e refinamento acontece na internet aberta. Você publica ideias enquanto elas ainda são "mudas" e as cultiva regularmente até que se tornem opiniões respeitáveis e plenamente desenvolvidas.

Definições mais técnicas

Um dos artigos que li sobre os jardins, traz uma ideia de termos de serviço, uma maneira de definir o que é e o que esperar de um jardim digital. No texto, o autor (Shawn Wang), expressa ideias para os visitantes sobre seu espaço pessoal como: O direito de estar errado, Críticas construtivas e Atribua, não plagie. Assim como também faz declarações para o jardineiro que está cultivando: Consideração pelos outros, Divulgação Epistêmica e Resposta ao feedback. Leia o texto original para uma experiencia mais enriquecedora: Termos de Serviço do Digital Garden.

  • [semeando] Vou criar a minha versão de termos de serviço para o meu jardim digital e linkar aqui.

Em uma das raras referencias BR que encontrei na internet sobre o tema, achei uma boa definição sobre a maturidade das notas dentro de um jardim digital, algumas pessoas usam nomenclaturas e icones/imagens para descrever o ponto em que a nota se encontra.

Maturidade das Notas (Link para a fonte original):

  • Muda: As mudas são pensamentos que mal começaram. Talvez tenham sido anotados às pressas ou mostrem apenas uma quantidade breve do que pensei sobre o assunto até agora.
  • Muda Jovem: As mudas jovens têm uma quantidade substancial de conteúdo, mas ainda precisam de muito trabalho. Coerência e padrões estão apenas começando a surgir.
  • Árvore: As árvores são pensamentos/ensaios/expressões bem desenvolvidos que não devem mudar muito, exceto por algumas melhorias editoriais.
  • Murcha: As murchas são notas que expressam visões desatualizadas (total ou parcialmente), mas são mantidas por razões históricas. Para notas parcialmente desatualizadas, serão incluídos avisos sempre que apropriado.
  • Pedra: As pedras são notas exportadas/extratas de outros meios (por exemplo, destaques e notas de leitura). O crescimento é irrelevante para essas notas.
  • Marco: Os marcos são notas que nos permitem navegar facilmente (por exemplo, coleção de livros ou escritos).

Jardim digital no Notion

Falar como usar o Notion para criar o jardim e ao mesmo tempo usar como CMS pra popular o site.

Falar sobre o processo de trazer notas até do keep para o Notion e como eu fui cultivando esse jardim antes mesmo de descobrir esse termo.

citar segundo crebro como um complemento disso.

Surfando na web e praticando Jardinagem digital

Da pra conectar legal a ideia de surfar na net, só abrir e consumir, com a ideias de jardinagem.

A ideia do processo de jardinagem é diferente da ideia de só salvar e anotar coisas. É uma curadoria, um estudo sobre algo que está sendo pesquisado, pensado, estudado.

Jardinagem no Notion.

Fiz uma nota no diario que acho que pode contribuir com esse texto: Untitled.

Site Pessoal

citar um pouco a historia do site linkando com o post Sobre escrever e ter um blog / site pessoal e o que vai ser escrito contando a historia das versões do site

fazer uma pequena constatação de como uma rede social é algo raso, como um apartamento dentro de um condominio, cercado por diversos outros apartamentos e blocos iguais. E como um site é algo como um mundo do minecraft, um lugar grande e vasto que vc pode fazer as suas construções.

Ter seu próprio jardim ajuda você a planejar mudanças a longo prazo. Você deve pensar em como quer que seu espaço cresça nas próximas décadas, não apenas nos próximos meses.

Referências e leituras adicionais

O artigo do Raymond no Medium sobre jardins digitais parece ser bem interessante e tem uma listagens de muitos para se inspirar e ler também. A Digital Garden Inventory.

O que não falta é artigos falando sobre o tela uns vinculados aos outros, automaticamente vc vai navegando e sem se dar conta passa horas e vários links.

leia os links indicados pra ter uma experiencia rica em detalhes.

Colocar referencias, artigos e blogs.

Ligando os pontos

Lembrando que tudo isso são conceitos e não regras.

Ela faz uma reflexão legal no texto de como as redes sociais só mostram “as ultimas 24h” da pessoa. Como esse formato linear não contribui diretamente para uma construção solida de uma representação da pessoa, de maneira profunda.

Jardins apresentam informações em uma paisagem ricamente interligada que cresce lentamente ao longo do tempo

Como cuido do meu jardim digital

Link: https://mxstbr.com/notes/digital-garden#why-publish-it-publicly

Jardim digital: um espaço pessoal na internet para cultivar ideias. Eu uso este jardim digital para explorar questões sobre as quais tenho curiosidade e cultivar as ideias resultantes. Isso é semelhante a como Paul Graham “usa” ensaios.

“Assim como convidar pessoas te obriga a limpar seu apartamento,escrever algo que outras pessoas leiam te obriga a pensar bem.” Paul Graham